Influenza aviária e biosseguridade das granjas
Categoria: Agricultura e Meio AmbienteSecretarias: Agricultura e Meio Ambiente
Data de Publicação: 28 de março de 2023
Crédito da Matéria: Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente
Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária
Nos últimos meses, um assunto que está preocupando os avicultores é a Influenza Aviária Altamente Patogênica (H5N1), popularmente conhecida como gripe aviária.
A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres e, ocasionalmente, mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos, bem como o homem. Qualquer ave é suscetível ao vírus, podendo atingir aves silvestres, aves comerciais, aves de fundo de quintal e aves ornamentais.
A influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) nunca foi detectada no Brasil, no entanto, o país recebe diversas espécies de aves migratórias que mantêm parte importante dos seus ciclos reprodutivos no território nacional. Essas aves podem estar infectadas com o vírus da influenza aviária altamente patogênica (IAAP) e podem espalhar o vírus para nossas criações de aves comerciais ou de subsistência, bem como para as aves silvestres nativas, causando graves consequências à avicultura nacional.
Desde outubro de 2021, focos de influenza Aviária de Alta Patogenicidade vem ocorrendo em aves migratórias na Ásia, Europa e América do Norte. Em outubro e dezembro de 2022 foram detectados casos na Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Chile e, em fevereiro de 2023, Argentina e Uruguai confirmaram os primeiros casos da doença. Assim como o Brasil, todos os países da América do Sul estão em alerta para o risco de ingresso da doença.
- Quais são os sinais clínicos da doença influenza aviária em aves?
Nas infecções de aves com o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) pode ocorrer taxa de mortalidade alta e súbita, podendo atingir 100% das aves, dependendo da patogenicidade do vírus.
Os sinais podem variar de depressão intensa; dificuldade respiratória, tosse, espirros e muco nasal; torcicolo, andar cambaleante; queda de postura, produção de ovos deformados, com casca fina ou sem pigmentação; edema (inchaço) nas juntas das pernas; cianose (coloração azulada) na crista e na barbela; diarreia aquosa esverdeada/branca.
- Como os avicultores podem proteger suas aves da influenza aviária?
REFORÇANDO AS MEDIDAS DE BIOSSEGURIDADE NA SUA GRANJA! Preserve as estruturas de proteção dos aviários, incubatórios, fontes de água e fábricas de ração para evitar contato com aves silvestres, roedores e outros animais; Evite visitas de pessoas e veículos na granja;
Siga as medidas de desinfecção de equipamentos e de roupas usadas na granja;
- Mantenha sempre limpa a área ao redor dos aviários e instalações sem entulhos;
- Proíba o acesso das aves de criação a lagos, açudes, poças ou tanques de água;
- Mantenha os bebedouros e comedouros protegidos de aves silvestres;
- Trate com cloro a água de bebida das aves e a água de aspersão nos aviários (mínimo 3 ppm de cloro);
- Evite fornecer água de superfície para sua criação;
- Mantenha o estoque de ração sempre protegidos das aves silvestres e outros animais;
- Garanta o tratamento adequado das carcaças, ovos descartados e compostagem com isolamento deste local das aves silvestres e outros animais;
- Garanta o tratamento adequado da compostagem antes de ser usada como adubo;
- Garanta que o entorno dos aviários não tenha plantação de árvores frutíferas, cereais ou outra vegetação que atraia aves silvestres;
- Mantenha os registros de controle de trânsito de pessoas e veículos sempre atualizados;
- Mantenha atualizado os controles de índices zootécnicos e manejo sanitário.
Notifique imediatamente à Unidade Veterinária Local mais próxima quando identificar:
- Alta mortalidade em um lote de aves (maior ou igual a 10% em até 72 horas);
- Mortalidade excepcional (súbita e elevada) em aves de subsistência, de exposição, de ornamentação, de companhia ou silvestre;
- Sinais clínicos como andar cambaleante; torcicolo; dificuldade respiratória; diarreia;
- Queda súbita igual ou maior a 10% na produção de ovos e aumento de ovos malformados;
- Redução drástica dos índices zootécnicos.
Produtores! Protejam suas aves.
Nos países onde foi detectado o vírus em granjas comerciais a mortalidade foi extremamente elevada. Como medida de controle os animais que não morrem naturalmente pela doença são sacrificados, assim como são destruídos qualquer material que tenha entrado em contato com as aves (fezes, camas de aviários, ração), o que pode causar elevado prejuízo econômico para o produtor e para todos os setores envolvidos na produção e comercialização de produtos de aves e derivados.
Manejadores de meio ambiente - caçadores, trilheiros, profissionais de campo, técnicos agrícolas e extensionistas: ao identificarem aves com sinais da doença, especialmente próximo a áreas alagadas, lagoas, rios, ilhas, estuários e praias, com dificuldade de respirar, de caminhar, com pescoço torto e diarreia. Ou ainda, muitas aves mortas em um mesmo bando informe imediatamente a Inspetoria de Defesa Agropecuária do município.
No município de Veranópolis os casos suspeitos devem ser comunicados para a Inspetoria de Defesa Agropecuária, por meio do telefone: 3441-1670.