Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma... 129RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma proposta para promoção da saúde Morgana Cenci Mezari * , Tainã Vasconcelos Avozani ** , Neide Maria Bruscato *** , Emilio Hideyuki Moriguchi **** , Adriana Maisonnave Raffone ***** Resumo O objetivo do presente estudo foi avaliar a funcionalidade e a prevalência de quedas de idosos e propor ações de promoção da saúde. Trata-se de um estudo transversal. A amostra foi constituída de idosos acima de sessenta anos, participantes do projeto Veranópolis - RS, que apresentassem índi- ce de Katz igual ou superior a quatro. Para avaliar a funcionalidade foram utilizadas as escalas de Lawton, o teste do Timed up and go (TUG), a Escala Internacional de Eficácia de Quedas (FES-I), a Escala do Equilíbrio de Berg, o Functional Reach Test e a Escala da Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti. Foi também verificada a força muscular de membros inferiores e o número de quedas nos últimos 12 meses. Após a análise dos resultados, foram rea- lizadas oficinas para descrever aos idosos os resultados quanto à sua funcionalidade e orientá-los sobre medidas para melhoria da qualidade de vida, visando à promoção de saúde dos participantes. De 138 idosos participantes, a média de idade foi de 71,3 ± 6,6 anos. Desse grupo, 81,2% residem com familiares e 31,9% relataram queda no último ano. O grupo queda apresentou menor força muscular de joelho e as mu- lheres tiveram maior ocorrência de que- das. Os idosos que moram com familiares e o medo de cair mostraram-se importantes preditores de risco aumentado de quedas. Este estudo demonstrou que, para a amos- tra estudada, a força muscular de membros inferiores e o medo de cair se mostraram importantes preditores do risco aumentado de quedas. A forma como o indivíduo resi- de e o sexo masculino podem ser conside- rados fatores de proteção para a ocorrência de quedas. Palavras-chave: Força muscular. Idosos. Promoção da saúde. * Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário Metodista (IPA) e mestranda em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endereço para correspondência: Rua Domingos José Farina, 249. Bairro Medianeira ? Veranópolis/RS. CEP 95330-000. E-mail: morganacencimezari@hotmail.com. ** Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário Metodista (IPA) e pós-graduanda em Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia no Hospital Moinhos de Vento. *** Nutricionista, mestra em Medicina e Ciências da Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Coordenadora operacional dos Estudos de Envelhecimento, Hospital Comunitário São Peregrino Lazziozi - Projeto Veranópolis - RS. **** Médico, pós-Doutor pela Wake Forest University School of Medicine, NC, EUA. Professor colaborador do Programa de Ciências da Saúde, Cardiologia e Ciências Cardiovasculares da UFRGS. ***** Fisioterapeuta, Doutora em Ciências da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, professora do Centro Universitário Metodista (IPA). Recebido em abril de 2010 ? Avaliado em dezembro de 2010 doi:10.5335/rbceh.2012.013 130 RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Morgana Cenci Mezari et al. Introdução Nas últimas décadas a atenção mun- dial tem se dirigido aos problemas so- ciais, econômicos e científicos derivados da evolução demográfica e que têm como resultado o envelhecimento da popula- ção. A faixa de idade da população que apresenta o maior aumento proporcional é a de pessoas com mais de sessenta anos. Com isso, tem crescido a preocupa- ção com a qualidade de vida dos idosos (FABRICIO; RODRIGUES; COSTA, 2004). O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno crescente e que necessita ser mais estudado, a fim de assegurar uma melhor qualidade de vida para essa população (ARGIMON, STEIN, 2005). O envelhecimento é um processo natural, dinâmico, progressivo, irreversí- vel, previsível e que provoca no organis- mo alterações bioquímicas, morfológicas e fisiológicas. As principais alterações biológicas causadas pelo envelhecimento nos sistema osteomuscular são: dimi- nuição da massa muscular e da densi- dade óssea; perda da força muscular; deficiência da agilidade, da coordenação motora, do equilíbrio, da mobilidade articular; maior rigidez das cartilagens, dos tendões e dos ligamentos (ARGI- MON, 2004). Com o recente aumento na expectativa de vida e o crescimento da população idosa, a prevalência de certas doenças e condições tendem a crescer, assim como a carga social e econômica que essas doenças geram. As quedas são comuns e constituem um problema sério para as pessoas idosas, causando significativa morbidade, mortalidade e impacto, tanto na família como na sociedade em termos de custos sociais (ALMEIDA et al., 2011). A queda, segundo a Classificação Internacional de Doenças, é uma causa externa e preocupante na qualidade de vida dos idosos. Pode ser definida como "um evento não intencional que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo, em relação a sua posição inicial". A queda se dá em decorrência da perda total do equi- líbrio postural, podendo estar relaciona- da à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e osteoarticulares envolvidos na manutenção da postura. Alguns autores referem-se à queda como uma síndrome geriátrica por ser considerada um evento multifatorial e heterogêneo (FREITAS; MIRANDA, 2006). A prevenção de quedas deve ser con- siderada uma prioridade. No contexto de práticas de promoção da saúde, a preven- ção de quedas pode ser agrupada em três grupos. O primeiro aborda a prevenção de riscos ou danos que permite visualizar a prevenção primária, que compreende a eliminação ou redução das causas das doenças ou problemas de saúde na fase pré-clínica antes do aparecimento de sinais ou sintomas, com a finalidade de impedir ou minimizar sua ocorrência. O segundo, denominado prevenção secun- dária, implica a identificação precoce dos primeiros sinais clínicos, buscando abreviar o curso, prevenir complicações ou melhorar o prognóstico de uma dada patologia por meio de tratamentos rápi- dos e eficientes. E o terceiro, conhecido por prevenção terciária, destina-se à redução dos danos ou sequelas resul- Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma... 131RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 tantes de processos patológicos (SOUZA; GRUNDY, 2004). É nesse contexto que este estudo se justifica, pois pretendemos que a ava- liação funcional dos indivíduos idosos subsidie ações de promoção da saúde, especialmente as centradas na educação em saúde no sentido de fornecer dados para ajudar esses indivíduos a compre- ender os aspectos relacionados às quedas e aos seus riscos. Dessa forma, com os re- sultados deste estudo podemos auxiliar esses indivíduos na adoção de medidas preventivas, ainda incipientes no campo da fisioterapia. Cabe destacar que a atuação da fisio- terapia na promoção da saúde é recente e que a literatura sobre este tema é es- cassa. Dessa forma, o desenvolvimento de pesquisas nessa temática faz-se ne- cessário. A população alvo deste estudo é composta de moradores residentes em Veranópolis, município que apresenta uma expectativa de vida similar à ve- rificada em países desenvolvidos, uma homogeneidade étnica (95% da popula- ção descendem de imigrantes italianos) e um perfil socioeconômico-cultural com poucas disparidades, principalmente em relação a idosos longevos. Como a cidade de Veranópolis manteve um tamanho estável nos últimos trinta anos, possivel- mente os efeitos de migração não foram predominantes no perfil demográfico (MARAFON et al., 2003). Em decorrência de Veranópolis ser considerada a terra da longevidade, desenvolvem-se diversos estudos com a população, especialmente a de idosos. Desde 2007 é desenvolvido o projeto ?Veranópolis: Prevenção e Promoção da Saúde?, coordenado pelo professor PhD Emílio Moriguchi, e que tem como objetivo: promover a saúde da popula- ção garantindo a qualidade de vida e a longevidade da população de Veranópolis - RS, detectando e diminuindo possíveis fatores de risco que levem a doenças as- sociadas à idade como as cardiovascula- res, neoplasias, osteoporose e demências, entre outras. O presente estudo está acoplado a esse projeto e teve como finalidade ava- liar a funcionalidade e a prevalência de quedas de idosos. Como objetivo secun- dário, destaca-se a realização de uma oficina com os participantes do estudo, a fim de apresentar os resultados da avaliação funcional e orientar sobre os riscos e a prevenção de quedas. Metodologia Trata-se de um estudo transversal. A população foi constituída por indivíduos com sessenta anos ou mais, participan- tes do projeto ?Veranópolis: Prevenção Promoção da Saúde da cidade de Vera- nópolis ? RS?. A seleção da amostra foi por conveniência. Foram selecionados 138 indivíduos idosos de um total de 140 idosos participantes do projeto. Nesse projeto, que os idosos frequentam mensalmente, são abordados diversos temas relativos à prevenção e à promo- ção de saúde da população idosa e são desenvolvidas atividades como dança, alongamentos, palestras e atividades manuais. Como critérios de inclusão para este estudo, definimos ter idade igual ou su- perior a sessenta anos e com pontuação 132 RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Morgana Cenci Mezari et al. igual ou superior a quatro na Escala de Katz (KATZ, 1970; LINO et al., 2008), exigindo que a pessoa seja independente para atividades como banho, vestir-se, higiene pessoas e transferências, possi- bilitando, assim, a realização os testes e escalas propostas. Foram excluídos do estudo dois indivíduos, um por estar restrito ao leito e outro por ser amputado de membro inferior. A coleta de dados foi realizada no Centro de Convivência e Longevidade da cidade no período de abril a julho de 2009 e ocorreram dois encontros com cada participante, sendo o primeiro para avaliação e o segundo para a realização da oficina. Instrumentos e procedimentos de coleta de dados A coleta dos dados para este estudo foi precedida da aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Uni- versitário Metodista (IPA) da cidade de Porto Alegre, através do protocolo nº 458/2008 em 21/1/2009. Todos os parti- cipantes leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Após, foi realizada a coleta de dados, como idade, sexo, com quem reside, ocor- rência de queda(s) nos últimos 12 meses e o número de quedas neste período. Logo a seguir foi aplicada a Escala de Katz, que avalia as atividades básicas de vida diária ? autocuidado. (KATZ, 1970; LAWTON, 1969; LINO et al., 2008). Para avaliar a funcionalidade, foram realizados os testes Timed up and go, e o Functional Reach Test. O primeiro quantifica o desempenho da mobilidade através da velocidade do idoso ao reali- zar a tarefa de levantar-se de uma cadei- ra, andar 3 metros, retornar e sentar. A velocidade que o paciente desempenha no teste está relacionada com o risco de queda, sendo que um tempo menor de 20 segundos indica um pequeno risco de cair. Um escore entre 20 e 30 segundos indica risco moderado e um escore de mais de 30 segundos indica um alto risco de queda (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991; FIGUEIREDO; LIMA; GUERRA, 2007; MATIAS; NAYAK; ISAACS, 1986). O segundo teste é uma medida dinâmica dos limites de estabilidade durante o deslocamento do centro de gravidade, dentro da base de sustentação. É consi- derado preditor de quedas recorrentes em idosos (DUNCA et al., 1990). Para a verificação do medo de que- das foi utilizado o Falls Efficacy Scale International (FES-I), que é uma escala utilizada para medir o medo de quedas em diversas atividades diárias. Utiliza- mos neste estudo a versão em português desta escala, conhecida como Escala Internacional de Eficácia de Quedas, FES-I. (BEYER, 2005; CAMARGOS et al., 2010). Para avaliação do equilíbrio, utili- zamos a Escala do Equilíbrio de Berg (BERG et al., 1989), que avalia o equi- líbrio do indivíduo em 14 situações, re- presentativas de atividades do dia a dia, tais como ficar de pé, levantar-se, andar, inclinar-se à frente, transferir-se, virar- -se, dentre outras. A pontuação máxima a ser alcançada é de 56 pontos. Quanto menor a pontuação maior é o risco de queda do indivíduo (DUNCA, 1990). Para avaliar o risco de queda de cada paciente, foi realizada a Escala de Ava- liação do Equilíbrio e da Marcha de Ti- netti, na qual o paciente foi avaliado em Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma... 133RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 diversas funções, obtendo uma pontua- ção sobre seu equilíbrio e outra pontua- ção para a marcha. A soma da pontuação de equilíbrio mais a marcha resultam na pontuação total (FREITAS; MIRANDA, 2006). Para verificar a força muscular foi utilizado o dinamômetro analógico da marca Stamina, onde foi coletada a força muscular dos músculos flexores e extensores de joelho. O paciente sentava numa cadeira alta, sem apoio dos pés no solo, uma atadura foi presa em torno da perna do paciente, 10 centímetros acima da articulação do tornozelo. O quadril e o joelho formaram um ângulo de 90º. Em três repetições por grupo muscular, o in- divíduo deveria puxar o membro inferior contra a atadura, devendo permanecer com força máxima por 2 a 3 segundos e a força máxima para cada grupo mus- cular seria registrada. Para o teste de extensão do joelho, o dinamômetro foi fixado a uma barra posicionada atrás do paciente. Para o teste de flexão do joelho, o dinamômetro foi posicionado na frente do paciente (LORD; MENZ; TIEDEMANN, 2003). Uma vez realizada a análise dos dados e com base nos resultados obtidos foram realizadas as oficinas com o objeti- vo de apresentar os resultados e orientar os participantes sobre medidas indicadas para melhoria das suas condições de saú- de e qualidade de vida, visando, assim, à promoção de saúde. Dos 138 idosos avaliados, 103 concor- daram em participar da oficina. Assim, foram divididos em grupos de mais ou menos vinte pessoas para cada oficina. Os participantes receberam um folder e participaram de atividades práticas, tais como exercícios de alongamentos, exer- cícios de equilíbrio e de fortalecimento para os membros inferiores, destacando- -se a importância da manutenção des- sas atividades para melhoria das suas condições de saúde e qualidade de vida. Análise estatística As variáveis quantitativas foram descritas através da média, desvio pa- drão, mediana e intervalo interquartí- lico. Para comparar as medidas entre os grupos de idosos que apresentaram queda e os que não apresentaram que- da nos últimos 12 meses, foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney para duas amostras independentes. Para associação das variáveis foi utilizado o teste qui-quadrado de independência. Para a análise da correlação entre as escalas e o número de quedas usamos o coeficiente de correlação de Spearman. Em todos os testes foi utilizado nível de significância de 5%. As análises foram realizadas através do programa SPSS versão 18.0. Resultados A amostra foi constituída por 103 (74,6%) idosas do sexo feminino, com uma média de idade de 71,3 + 6,6 anos para ambos os sexos. Do total, 112 idosos (81,2%) informaram residir com fami- liares. Ao perguntar se os participantes haviam sofrido alguma queda nos últi- mos 12 meses, 44 (31,9%) relataram que sofreram quedas e, destes, 24 (55,8%) relataram ter sofrido pelo menos uma queda. Dos indivíduos participantes, 61 (44,2%) manifestaram ter medo de cair em pelo menos um item da Escala Inter- nacional de Eficácia de Quedas (FES-1), conforme demonstrado na Tabela 1. 134 RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Morgana Cenci Mezari et al. Tabela 1 - Perfil geral da amostra estudada. Variável/Categorias n = 138 Sexo Feminino 103 (74,6) Masculino 35 (25,4) Reside com Familiares 112 (81,2) Sozinho 21 (15,2) Outros 5 (3,6) Queda nos últimos 12 meses Sim 44 (31,9) Não 94 (61,8) Número de quedas Uma 24 (55,8) Duas 11 (25,6) Três ou mais 9 (18,6) Medo de cair Sim 61 (44,2) Não 77 (55,8) Os dados estão apresentados como frequência absoluta e percentual (entre parênteses). Os escores das escalas funcionais, a força muscular dos membros inferiores e o número de quedas estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2 - Análise descritiva das variáveis. Variável (n) Mediana a / Média b Amplitude Interquartílica c / desvio padrão d Escore TUG (138) * 8,0 a 3,0 c Escore Berg (138) * 55,5 a 3,0 c Escore Tinetti (138) * 28,0 a 1,0 c FMFJD (136) * 12,0 a 6,0 c FMFJE (137) * 12,0 a 5,3 c FMEJD (135) * 18,0 a 10,0 c FMEJE (138) * 20,0 a 9,0 c Escala de Katz (138)# 6,0 b 0,0 d Escala de Lawton (138)# 26,8 b 0,6 d Escore functional Reach (138)# 28,8 b 6,9 d Nº de quedas (43)# 2,3 b 3,0 d TUG = Timed up and go; Berg = Escala do Equilíbrio de Berg; Tinetti = Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti; FMFJD = Força Muscular de Flexores de Joelho Direito; FMFJE = Força Muscular de Flexores de Joelho Esquerdo; FMEJD = Força Muscular de Extensores de Joelho Direito; FMEJE = Força Muscular de Extensores de Joelho Esquerdo. As medidas de força muscular apresentam-se em kg/f.; * Variáveis que apresentaram distribuição anormal; # Variáveis que apresentaram distribuição normal; a = mediana das variáveis de distribuição anormal; b = média das variáveis de distribuição normal; c = amplitude interquartílica das variáveis de distribuição anormal; d = desvio padrão das variáveis de distribuição normal; n = número de indivíduos; foi utilizada a unidade de medida centímetros no escore functional Reach. Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma... 135RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Na Tabela 3 é possível observar que ao comparar os escores das escalas funcionais, de equilíbrio estático e di- nâmico, e a força muscular de membros inferiores entre os grupos de idosos que apresentaram ou não queda nos últimos 12 meses, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos nas forças musculares de flexores e extensores de joelho esquerdo e direito. Já a comparação dos escores das escalas funcionais e de equilíbrio não demonstrou significância estatística. Tabela 3 - Comparação entre as escalas funcionais e a ocorrência de quedas . Medida avaliada Queda nos últimos 12 meses n Rank médio p Timed up and go (em segundos) Sim 44 76.2 0,176 Não 94 66.4 Berg Sim 44 61.5 0,085 Não 94 73.2 Tinetti Sim 44 66.6 0,460 Não 94 70.8 FMFJD Sim 43 55.7 0,010* Não 93 74.4 FMFJE Sim 44 59.3 0,047* Não 93 73.6 FMEJD Sim 41 51.2 0,001* Não 94 75.3 FMEJE Sim 44 55.2 0,004* Não 94 76.2 Resultados do teste Mann-Whitney para a comparação entre as médias dos grupos; FMFJD: força muscular de flexo- res de joelho direito; FMFJE: força muscular de flexores de joelho esquerdo; FMEJD: força muscular de extensores de joelho direito; FMEJE: força muscular de extensores de joelho esquerdo; A unidade de medida utilizada para avaliar as forças musculares dos flexores e extensores de joelho foi kg/f; p*: estatisticamente significante (< 0,5). Encontramos uma associação esta- tisticamente significativa entre a resi- dência dos idosos e queda nos últimos 12 meses (X² Yates = 6,21; p = 0,045). Os idosos que moram com familiares apre- sentaram menos quedas nos últimos 12 meses, conforme demonstrado na Tabela 4. Nessa mesma tabela podemos perceber, ao analisar o perfil dos grupos denominados queda e não queda, que existe uma associação significativa entre o sexo dos idosos e queda nos últimos 12 meses (X² Yates = 5,65; p = 0,018). Em comparação com os homens idosos, as mulheres idosas tiveram mais quedas nos últimos 12 meses. 136 RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Morgana Cenci Mezari et al. Tabela 4 - Associação entre a ocorrência de quedas e sexo, modo de residência e o medo. Medida avaliada Queda Sim Queda Não X 2 p (n = 44) (n = 94) Sexo Feminino 39 (88,6) 64 (68,1) 5,56 0,018 Reside com Familiares 34 (77,3) 78 (83,0) Sozinho 10 (22,7) 11 (11,7) 6,21 0,045 Outro 0 (0) 5 (5,3) Medo Sim 26 (59,1) 35 (37,2) 4,95 0,026 Os dados estão apresentados como frequência absoluta e percentuais (entre parênteses). Tabela 5, encontramos uma correlação inversamente significativa entre as variáveis Escala do Equilíbrio de Berg e o número de quedas, mostrando que, para correlação de Spearman -0,330 e P = 0,031, as escalas Timed up and go e Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti não tiveram resulta- dos significantes na mesma correlação. Quando avaliamos a associação en- tre o medo e a ocorrência de queda nos últimos 12 meses, nessa mesma tabela, verificamos que houve uma associação estatisticamente significativa (X² Yates = 4,95; p = 0,026). Os idosos que apresen- taram medo tiveram mais quedas nos últimos 12 meses. Ao avaliar a correlação entre as escalas com o número de quedas na Tabela 5 - Correlação entre as variáveis escalas e número de quedas Relação Correlação de Spearman p Nº de quedas x escala Berg -0,330 0,031 * Nº de quedas x escala TUG 0,154 0,324 Nº de quedas x escala Tinetti -0,135 0,388 Discussão Ter independência funcional e auto- nomia é algo que todos nós valorizamos ao longo da vida. E, na velhice, não é diferente. Mais de um terço das pessoas idosas sofrem pelo menos uma queda ao ano. Aquelas que caem mais de uma vez têm três vezes mais chance de cair novamente. As lesões decorrentes das quedas geram significativas limitações físicas e psicológicas nos idosos. Destaca- -se o fato de que a América Latina é a região que mais rapidamente envelhece hoje no mundo, o que implica desafios importantes na implantação de ações de saúde e políticas públicas que possibili- tem a longevidade com melhor qualidade de vida (Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 2010). Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma... 137RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Este estudo teve por objetivo avaliar o perfil funcional de idosos residentes em Veranópolis, cidade do sul do Brasil, onde o número de idosos corresponde a um montante aproximado de 12,63% da população total. A população de Vera- nópolis é formada caracteristicamente por moradores de origem italiana e é um centro de referência em pesquisas na área do envelhecimento desde 1994. Atualmente a cidade conta com um Centro de Geriatria e Gerontologia re- centemente inaugurado (FARENZENA et al., 2007). Houve predomínio das mulheres na amostra estudada e a maioria dos idosos residia com familiares. Notou-se também que a maioria dos idosos pesquisados não tinha relato de quedas nos último ano. Quando analisados os idosos que sofreram queda nos últimos 12 meses, foi possível observar que estes apresen- tavam força muscular menor em flexores e extensores de joelho. Tal achado pode ser explicado pelo fato de que a fraque- za muscular de membros inferiores é uma das causas de quedas, como bem demonstra Guimarães e Farinatti (2005) em seu estudo. Os autores relatam que a fraqueza nos membros inferiores é fre- quente em idosos e tem sido identificada como a segunda maior causa de quedas. Goodpaster et al. (2006) encontraram perda de força muscular nos extensores de joelho de idosos, avaliada por dinamô- metro isocinético. A perda de força nos homens foi de até duas vezes maior que nas mulheres. Estudos citam a fraqueza de mús- culos e articulações como fator de risco para quedas recorrentes para indivíduos maiores de setenta anos e relacionam a diminuição da força de membros inferio- res causada pelo envelhecimento com a diminuição da mobilidade funcional e o aumento da propensão a quedas em indi- víduos idosos (TINETTI; KUMAR, 2010). A sarcopenia, redução da massa muscular decorrente do envelhecimen- to, tem sido um dos principais fatores responsáveis pelo declínio da força muscular (GOODPASTER et al., 2006). Por essa razão, a sarcopenia é uma das variáveis utilizadas para definir a sín- drome de fragilidade, que é altamente prevalente em idosos, conferindo maior risco para quedas, fraturas, incapacida- de, dependência, hospitalização recor- rente e mortalidade (SILVA et al., 2006). No estudo de Ishizuka (2005), realizado com 49 idosos, foram avaliados equilí- brio, marcha, força muscular, velocidade da marcha e incidência de quedas. Foi constatado que idosos de um grupo com boa funcionalidade tiveram melhor de- sempenho no teste de força muscular do que os idosos do grupo de funcionalidade moderada. Também se observou que nos idosos que sofreram quedas a fraqueza muscular era significativamente maior do que naqueles que não sofreram que- das, dados que corroboram com os do presente estudo. Coutinho, Block e Rodrigues (2009) investigaram fatores de risco para fra- turas graves decorrentes de quedas e concluíram que a maioria das quedas ocorreu enquanto as pessoas estavam ca- minhando e mais da metade das quedas não foi atribuída a um fator extrínseco. Isso sugere que as quedas que não têm causa em escorregamentos podem estar 138 RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Morgana Cenci Mezari et al. relacionadas a fatores intrínsecos, como fraqueza muscular de membros inferio- res, o que está de acordo com os achados do presente estudo. De acordo com Siqueira et al. (2007) e com Perracini e Ramos (2002), idosos separados ou divorciados apresentam elevada possibilidade de quedas. Um estudo transversal com uma amostra de 197 idosos participantes de grupos de convivência de uma cidade do Bra- sil demonstrou que 98,98% dos idosos residiam acompanhados. O cuidado mútuo entre parceiros pode explicar a ocorrência reduzida de quedas entre aqueles que vivem com companheiro. Esses achados corroboram com os do pre- sente estudo, que destaca que os idosos que residem com familiares relataram menor ocorrência de queda nos últimos 12 meses, quando comparados aos que vivem sozinhos. Uma maior chance de queda para o sexo feminino já foi indicada em vá- rios estudos, como o de Siqueira et al. (2007), que encontrou uma prevalência de quedas no sexo feminino de 40,1% e no sexo masculino de 26,5%. De acordo com Perracini e Ramos (2002), as possíveis causas para explicar esse fenômeno per- manecem ainda um pouco controversas. Sugere-se como causa a maior fragilida- de das mulheres em relação aos homens, assim como maior prevalência de doen- ças crônicas. Suspeita-se ainda que o fato pode estar relacionado a uma maior exposição as atividades domésticas e a um comportamento de maior risco. Fried et al. (2001), através de um estudo longitudinal de sete anos, com o objetivo de desenvolver e operacionalizar um perfil sindrômico para fragilidade em idosos, mostram que a probabilidade de se tornar frágil é alta entre as mulheres. Segundo esses autores, o sexo feminino pode conferir um risco maior de fragi- lidade pelo fato de que a quantidade de massa magra e de força muscular é menor nas mulheres do que nos homens de meia-idade. Além disso, as mulheres poderiam estar mais expostas a fatores extrínsecos que causam sarcopenia, como uma inadequada ingesta nutricio- nal comparada aos homens. Em nosso estudo, idosos que apre- sentaram medo de cair obtiveram mais quedas nos últimos 12 meses. De acordo com Ishizuka (2005), o medo de cair pode ser fator protetor quando o idoso toma mais cuidado para não se expor ao risco, mas também pode ser um risco quando causa limitação e insegurança. Ao exa- minarmos um paciente levando-se em conta somente os aspectos físicos como fatores de risco para quedas, podemos estar deixando de lado outros fatores que podem ser os causadores de suas quedas como fatores psicológicos ou emocionais que podem ser representados, por exem- plo, pelo medo. De acordo com Gonçalves et al. (2009), idosos com história de quedas, principalmente quedas recorrentes, apresentaram comprometimento na avaliação do equilíbrio funcional, de- terminado pela Escala do Equilíbrio de Berg, mostrando a influência do deficit de equilíbrio no aumento do risco de quedas em idosos, que vai de encontro com o presente estudo, onde a pontuação menor na Escala demonstrou maior risco de quedas. Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma... 139RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Considerando que a saúde depende de fatores físicos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais, o trabalho in- terdisciplinar torna-se imprescindível para a promoção de saúde e o ?educador? passa a ter um papel relevante nesse trabalho. Sendo iguais os poderes do educador e do indivíduo, considera-se que o primeiro tem saberes específicos sobre a saúde e pode fornecer os subsí- dios para auxiliar os indivíduos. Cabe, então, a estes, decidirem se seguem ou não as recomendações (ALVES; LIMA, 2008). Foi com esse intuito que oferece- mos as oficinas para os participantes, a fim de informar os indivíduos sobre sua funcionalidade e oferecer subsídios para melhorar a qualidade de vida, visando especificamente ao conhecimento dos riscos associados às quedas e medidas preventivas. Mesmo considerando que os participantes deste estudo já desenvol- viam atividades de prevenção no projeto Veranópolis, a visão da fisioterapia ainda não tinha sido implementada. A prevenção das quedas se torna muito importante no cenário atual. As orientações através de palestras e en- trega de folders, além da aprendizagem de exercícios que previnam quedas, contribuem para a manutenção da capacidade funcional e diminuição do risco de quedas. Resende, Rassi e Viana (2008) através de um estudo quase ex- perimental antes/depois sem grupo de controle, em Goiânia, com amostra de 25 idosas do sexo feminino, demonstraram que o risco de quedas das idosas sofreu redução significativa após o tratamento com hidroterapia. Pereira et al. (2008) demonstram que o Tai Chi Chuan mos- trou aumento significativo na força dos músculos extensores dos joelhos no gru- po submetido à prática. Assim, pode-se prevenir efeitos indesejáveis decorrentes de quedas que variam desde escoriações leves, restrições na mobilidade, limitação nas AVDs, perda da independência fun- cional até o isolamento social, que geram um ciclo vicioso de restrição voluntária das atividades e comprometem severa- mente a qualidade de vida. De acordo com Argimon e Stein (2005), o processo de envelhecimento pode ser acompanhado pelo declínio das capacidades tanto físicas como cog- nitivas dos idosos, de acordo com suas características de vida. É possível, en- tão, levantar a hipótese de que algumas características sociodemográficas da população estudada, tais como o envolvi- mento com a comunidade, diferentes ati- vidades de lazer, convívio com familiares e atividades físicas, podem atuar como fatores de proteção ao declínio funcional e cognitivo. Idosos pertencentes a uma comunidade específica ainda conserva- vam determinada autonomia após seus oitenta anos, sem muitas mudanças nas atividades do dia a dia, e participavam de uma rede familiar e social sólida. Um número maior de atividades realizadas por esses indivíduos na vida diária, tais como envolvimento com amigos, igreja, atividades culturais, atividades físicas, caminhadas, parece ter servido como um fator protetor de suas condições funcio- nais e cognitivas. 140 RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Morgana Cenci Mezari et al. Conclusão No presente estudo, a força muscular de membros inferiores e o medo de cair mostraram-se importantes preditores de risco aumentado de quedas, juntamente com a escala de Berg, demonstrando que quanto menor a pontuação na escala, maior é o risco de quedas. As demais es- calas não se mostraram estatisticamente significantes para risco aumentado de quedas. O sexo masculino e a forma como o indivíduo reside podem ser considerados fatores de proteção para a ocorrência de quedas, já que residir com familiares determinou um menor índice de quedas. Além disso, o fato de as mulheres apre- sentarem uma maior fragilidade deter- minou uma maior ocorrência de quedas. Cabe destacar que, no que se refere à generalização dos resultados deste tra- balho, considerando que a amostragem foi por conveniência em um grupo de idosos que participam de um grupo de convivência, os resultados deste estudo podem ser generalizados para este grupo somente e não para a população de idosos de modo geral. Study of the functionality, prevention the falls and health promotion in elderly people living at the Veranópolis - RS Abstract The objective of this study was to evaluate falls prevalence and functionality of elderly and to propose actions that promote heal- th. Elderly over 60 years, from Veranópolis project - RS, with Katz minimum of 4. Were used scales like Lawton, Timed up and Go (TUG), FES-I, BERG, Functional Reach Test, Tinetti, a questionnaire and muscular strength verification. Workshops were car- ried out to improve their health conditions and quality of life. From 138 elderly, the mean age was 71,3 (SD 6,6), 81,2% are li- ving with the family and 31,9% had falls. The falling group showed less knee mus- cular strength and women had more falls. The ones who live with family had less falls and the ones who have fear of falling had more falls. This study demonstrated that muscle strength of lower limbs and the fear of falling were important predictors of in- creased risk of falls. The way in which the individual resides, and being male can be considered protective factors for falls. Keywords: Elderly. Health promotion. Muscular strength. Referências ALVES, E. D. J.; LIMA, F. P. A prevenção de quedas sob o aspecto de promoção de saúde. Fitness & Performance Journal, Rio de Ja- neiro, v. 7, n. 1, p. 123-129, 2008. ARGIMON, I. L. O impacto de atividades de lazer no desenvolvimento cognitivo de idosos. Revista Brasileira de Envelhecimento Huma- no, Passo Fundo, v. 1, n. 1, p. 38-47, 2004. ARGIMON, I. L.; STEIN, L. M. Habilidades cognitivas em idosos muito idosos: um estudo longitudinal. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 64-72, 2005. BEYER, Nina et al. Development and initial validation of the Falls Efficacy Scale-Interna- tional (FES-I) Lucy Yardley. Age and Ageing, v. 34, n. 6, p. 614-619, 2005. CAMARGOS, F. F. O. et al. Adaptação transcul- tural e avaliação das propriedades psicométri- cas da Falls Efficacy Scale - International em idosos Brasileiros (FES-I-Brasil). Revista Brasileira de Fisioterapia, São Paulo, v. 14, n. 3, p. 237-243, 2010. Estudo da funcionalidade e da prevalência de quedas em idosos da cidade de Veranópolis - RS: uma... 141RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 COSTA, E. F. A.; PORTO, C. C; SOARES, A. T. Envelhecimento populacional brasileiro e aprendizado de geriatria e gerontologia. Revista da UFG, Goiás, v. 5, n. 2, 2003. Dis- ponível em: . COUTINHO, F. S. E.; BLOCH, K. V.; RO- DRIGUES, C. L. Characteristics and circum- stances of falls leading to severe fractures in elderly people in Rio de Janeiro, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, p. 455-459, 2009. DUNCA, P. W. et al. Functional reach: a new clinical measure of balance. Journal of Gerontology (Medical Sciences), v. 45, n. 6, p. 192-197, 1990. FABRÍCIO, S. C.C.; RODRIGUES, R. A. P; COSTA, J. M. L. Causas e consequências de quedas de idosos atendidos em hospital pú- blico. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 93-99, 2004. FARENZENA, W. P. et al. Qualidade de vida em um grupo de idosos de Veranópolis. Revis- ta Kairós, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 225-243, 2007. FIGUEIREDO, K. M. O. B.; LIMA, K. C.; GUERRA, R. O. Instrumentos de avaliação do equilíbrio corporal em idosos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desem- penho Humano, Florianópolis, v. 9, n. 4, p. 408-413, 2007. FREITAS, E. V. de; MIRANDA, R. D. Tratado de geriatria e gerontologia: parâmetros clíni- cos do envelhecimento e avaliação geriátrica ampla. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. FRIED, L. P. et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. Journal of Ge- rontology - Biological Sciences, v. 56, n. 3, p. 146-157, 2001. GOLÇALVES, F. F. D.; RICCI, N. A.; COIM- BRA, A. M. V. Equilíbrio funcional de idosos da comunidade: comparação em relação ao histórico de quedas. Revista Brasileira de Fi- sioterapia, São Carlos, v. 13, n. 4, p. 316-323, 2009. GOODPASTER, H. B. et al. The loss of skeletal muscle strength, mass, and quality in older adults: the health, aging and body composition study. Journal of Gerontology - Medical Sciences, v. 61A, n. 10, p. 1059-1064, 2006. GUIMARÃES, N. M. J.; FARINATTI, V. T. P. Análise descritiva de variáveis teoricamente associadas ao risco de quedas em mulheres idosas. Revista Brasileira de Medicina do Es- porte, São Paulo, v. 11, n. 5, p. 299-305, 2005. ISHIZUKA, M. A. et al. Falls by elders with moderate levels of movement functionality. Clinics, São Paulo, v. 60, n. 1, p. 41-46, 2005. KATZ, S.; DOWNS, T. D.; CARES, H. R. Progress in the development of the Index of ADL. Gerontologist, v. 10, n. 1, p. 20-30, 1970. LAWTON, M. P. Assessment of older people: self ? maintaining and instrumental activi- ties of daily living. Gerontologist, v. 9, n. 3, p. 179-86, 1969. LINO, V. T. S. et al. Adaptação transcultural da Escala de Independência em Atividades da Vida Diária (Escala de Katz). Cadernos Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 103-112, 2008. LORD, S. R.; MENZ, H. B.; TIEDEMANN, A. A physiological profile approach to falls risk assessment and prevention. Physical Therapy, v. 83, n. 3, p. 237-252, 2003. MARAFON, L. P. et al. Preditores cardiovas- culares da mortalidade em idosos longevos. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 799-808, 2003. MATIAS, S.; NAYAK, U. S. L.; ISAACS, B. Balance in elders patients: the get-up and go? test. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 67, n. 6, p. 387-389, 1986. PEREIRA, M. M. et al. E feitos do Tai Chi Chuan na força dos músculos extensores dos joelhos e no equilíbrio em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 12, n. 2, p. 121-126, 2008. 142 RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 129-142, jan./abr. 2012 Morgana Cenci Mezari et al. PERRACINI, R. M.; RAMOS, R. L. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residentes na comunidade. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 36, n. 6, p. 709-716, 2002. PODSIADLO, D.; RICHARDSON, S. The timed ?up and go?: a test of basic functional mobility for frail elderly persons. Journal of the American Geriatrics Society, v. 39, n. 2, p. 142-148, 1991. _______. Secretaria de Estado da Saúde. Relatório global da OMS para prevenção de quedas na velhice. São Paulo, 2010. RESENDE, S. M.; RASSI, C. M.; VIANA, F. P. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Car- los, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008. SIQUEIRA, V. F. et al. P revalência de que- das em idosos e fatores associados. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 5, p. 749-756, 2007. SOUZA, E. M. de; GRUNDY, E. Promoção da saúde, epidemiologia social e capital social: inter-relações e perspectiva para a saúde pública. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, p. 1354-1360, 2004. TINETTI, E. M.; KUMAR, K. C. The patient who falls ?It?s always a trade-off?. JAMA, v. 303, n. 3, p. 258-266, 2010.